O cenário atual do país condicionou a todos a busca por maiores informações sobre o novo coronavírus. Ainda há muito o que aprender sobre ele, porém é unânime a necessidade de reduzir ao máximo a escalada de contágios e evitar, assim, o esgotamento dos recursos disponíveis no atual sistema de saúde brasileiro.
A conta é simples, se hoje são 210 milhões de brasileiros e a metade da população for contagiada em curto espaço de tempo, serão 105 milhões de pessoas contagiadas. Dentre elas, se 5% demandarem internação, são mais de 5 milhões de doentes adicionais em um sistema de saúde que já se encontra precário.
Diante desse cenário, além dos cuidados redobrados com a higiene, uma outra medida de grande relevância para conter a disseminação do vírus é o confinamento do maior número possível de trabalhadores nas suas residências que é, sem dúvida, muito eficaz no atual contexto.
No entanto, inúmeras empresas se questionam quais as medidas tomar para viabilizar o trabalho home office. Confira a seguir:
Modelo Clássico – On Premise
Apesar de muito se falar sobre computação na nuvem (Cloud Computing), muitas empresas utilizam um modelo chamado On Premise, onde os computadores com função de servir recursos à rede da empresa estão instalados dentro da dependência da empresa.
Há também o modelo misto, onde algumas funções trabalham na modalidade On Premise e outras determinadas em Cloud Computing, por exemplo, atualmente serviços como e-mail funcionam majoritariamente no modelo Cloud, algo que em um passado, não tão remoto, funcionava no modelo On Premise.
Já empresas que hoje funcionam 100% na nuvem, já podem ter acesso aos seus dados de qualquer lugar, praticamente sem qualquer mudança ou ajuste, basta configurar o acesso de seus usuários. Mas não fique preocupado, mesmo que a sua empresa não funcione na nuvem, ela também poderá prover acesso remoto aos seus dados sem maiores problemas.
E a Telefonia?
Não só o acesso aos dados, outra necessidade importante para um adequado funcionamento Home Office é o acesso remoto à telefonia da empresa e para isso é preciso contar com um sistema de telefonia VOIP (voice over internet protocol ou voz sobre internet).
Para esse tipo de funcionamento o ideal é que a empresa disponha de um PABX IP, que de um lado, atenda as linhas telefônicas comum externas (analógicas) e as converta para sinais de internet (digitais), para que os ramais, que também precisam ser especiais (IP) tenham acesso ao PABX através da internet, o que pode ser dentro ou fora da empresa. Importante esclarecer, não se trata de um investimento expressivo, pois um PABX IP com capacidade de 50 ramais custaria hoje na faixa de R$ 1.000,00 apenas, fora os ramais IP.
Quando a empresa não dispõem de um PABX IP, ou seja, ainda faz uso de PABX totalmente analógico, ainda é possível transformar alguns desses ramais analógicos para IP, com equipamentos denominados ATA, que converte um sinal analógico, seja de uma linha telefônica ou mesmo de um ramal de uma PABX analógico, em canal digital IP. Uma vez convertido, esse ramal poderá ser acessado por um telefone IP de qualquer parte do mundo.
Com um sistema desse tipo o ramal de um colaborador poderá funcionar na sua mesa de trabalho dentro do escritório, na sua casa, ou mesmo em seu celular e o ato de transferir uma ligação externa a um ramal ocorrerá de forma rápida, transparente e com qualidade de áudio. Até o atendimento telefônico poderá ocorrer de forma remota.
Como disponibilizar acesso externo a minha rede On Premise
Para as empresas que funcionam sobre o sistema On Premise é possível liberar acesso externo à sua rede local, qualquer que seja a sua conexão de internet, porém, é altamente desejável que seja um conexão de alto desempenho, dedicada e com “número de IP” fixo (ou IP dedicado), que também é realidade de um número grande de pequenas empresas.
Quando o número do IP não é fixo, característica de provedores de custo mais baixo, também é possível acessar remotamente, fazendo uso de um artifício chamado DDNS, ou DNS dinâmico.
Uma vez que o número de IP faz o papel equivalente ao número de telefone, imagine que você faz uso de um telefone que o número não é fixo, ou seja, que cada vez que você vai usar pode ser um número diferente. Esse número será útil para você fazer ligações, porém, não funcionará para você receber ligações, pois as pessoas não saberão para qual número ligar.
O mesmo ocorre nas conexão de internet, quem tem número de IP fixo (como se o número do telefone não mudasse) irá acessar sempre o mesmo número, porém quem tem conexões com número de IP dinâmico, que muda a cada momento, em teoria não teria como ser acessado, pois nunca se saberia qual número ele encontra em um dado momento.
Para essa situação o tal recurso DDNS oferecerá uma tradução permanente e dinâmica de número de IP para nome, mesmo que ocorram mudanças no número, dessa forma, basta você saber o nome correto, que o sistema traduzirá para o número de IP que a sua conexão está fazendo uso naquele momento.
Apesar desse artifício, conexões com número de IP dinâmico (que mudam) normalmente não oferecem estabilidade de velocidade para acesso externo de várias pessoas simultaneamente. É uma solução alternativa, porém não muito eficiente.
Acesso via VPN
Uma vez definida a questão do acesso pela sua conexão de internet, é necessário que o provedor também libere acesso externo ao roteador (equipamento que todo provedor disponibiliza para interligar a sua rede à internet e fica instalado dentro da sua empresa), pois nem todos oferecem esse acesso externo e alguns só o fazem quando solicitado.
Vencida também a questão de bloqueios externos do seu provedor, você precisará de um sistema de VPN, função que também pode ser embutida em roteadores e/ou firewall. Uma VPN irá criptografar todo e qualquer “pacote” de dados que entra ou sai da sua rede, impossibilitando que esses pacotes sejam monitorados para que senhas sejam descobertas e mal utilizadas e/ou outros dados sensíveis expostos.
Hoje um roteador que atende a uma empresa com algumas dezenas de usuários poderá ser adquirido por algo em torno de R$ 1.000,00, ou seja, um investimento baixo, uma realidade bem diferente de alguns poucos anos atrás, onde a implementação de VPN em qualquer empresa demandava um custo bem mais alto.
Uma vez que a sua rede tenha acesso externo, usando DDNS ou não e esse acesso seja criptografado por uma VPN, basta que o micro de onde se deseja fazer o acesso esteja configurado para acessar uma rede remota via VPN, recurso nativo do Windows e para alguns fabricantes de equipamentos VPN, pode ser baixado um software específico do fabricante que disponibilizará esse acesso.
Quando tudo está concluído e a VPN “fechada”, qualquer usuário terá acesso aos mesmos recursos que teria dentro da própria empresa, podendo acessar todos os recursos dos servidores que se encontram dentro da empresa (On Premise), sejam arquivos do tipo Office ou a banco de dados de sistemas de gestão da empresa. Até mesmo impressoras da empresa podem ser utilizadas.
Outras formas de acesso remoto
Além da VPN, que seria a mais segura e oferece acesso aos mesmos recursos quando dentro da empresa, ainda há outras formas de acesso remoto, fazendo uso de softwares específicos para essa função, porém o micro na empresa deverá estar ligado e com o software de acesso remoto instalado e em execução.
Com esse tipo de acesso praticamente nada deverá ser mudado, apenas instalado o software de acesso remoto, porém, como dito acima, será necessário manter o seu computador da sua mesa de trabalho ligado 24 horas por dia e 7 dias por semana. Alguns exemplos desse tipo de software seria o TeamViewer, Logmein e o Google Remote Desktop, sendo esse último grátis.